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Campanha criativa chama atenção à poluição sonora

1No dia 26 de abril, o Dia Internacional da Conscientização sobre o Ruído ou, em inglês, International Noise Awareness Day (Inad), deu o que falar em São Paulo.

O Monumento às Bandeiras, de autoria de Victor Brecheret, no Parque do Ibirapuera, amanheceu com as esculturas em granito usando protetores auriculares. Foi um alerta bem humorado e criativo sobre o impacto do ruído na vida da população.

Por meio da Universidade Aberta do Meio Ambiente e Cultura de Paz (Umapaz), a ProAcústica e a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente se juntaram para conscientizar sobre os perigos da poluição sonora. O objetivo da ação foi reforçar que a sociedade precisa de soluções para os problemas causados pelos ruídos.

Vistos à distância, os fones amarelos colocados nas 32 cabeças atraíram jovens e crianças, estudantes do ensino fundamental e médio. Para uma campanha que deseja promover uma mudança de mentalidade, estes são públicos importantíssimos.

Para os organizadores, ficou claro que alcançar alunos de cursos de engenharia, fonoaudiologia e arquitetura e urbanismo contribui para a conscientização desses futuros profissionais e da comunidade como um todo.

Com isso, a adesão ao INAD cresceu e a repercussão na mídia foi enorme. Foi até matéria de capa do jornal Folha de S. Paulo, que citou o coordenador do Comitê de Acústica Ambiental da ProAcústica, Marcos Holtz: “o ruído de tráfego passou a poluição da água e já é o segundo pior tipo de poluição ambiental; perde só para a poluição do ar”.

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O secretário do Verde e Meio Ambiente de São Paulo, Gilberto Natalini, colocou a poluição sonora na pauta da política pública da cidade. “Vamos treinar nossas equipes para trabalhar no combate a esse problema. E isso tem que estar na pauta do prefeito e das outras secretarias”.

Além da campanha, ocorreram diversos eventos no INAD

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No auditório da Umapaz, a programação começou com uma meditação de 60 segundos de silêncio, dirigida pelo monge Ryozan.

Logo depois, a fonoaudióloga Ana Claudia Fiorini, representante da Unifesp, palestrou sobre os impactos da poluição sonora: “A exposição aos ruídos de diversas naturezas (trânsito, construção civil, aeronáutico, ferroviário, industrial, de bares e restaurantes e cultos religiosos), em excesso e de forma contínua ao longo da vida, pode ocasionar danos à saúde dos indivíduos. A legislação existe, mas não é obedecida. Tudo isso favorece uma série de doenças cardiovasculares, distúrbios do sono, pressão alta, estresse, irritabilidade, ansiedade e agressividade, que pode afetar a capacidade de concentração, aprendizado, produtividade e o descanso”.

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Mapa de Ruído da cidade de São Paulo, o diagnóstico de gestão sobre os impactos do problema e a apresentação de Marcos Holtz encerraram as apresentações.

Depois, diversos alunos de fonoaudiologia caminharam rumo ao Monumento às Bandeiras. A leve garoa paulistana não atrapalhou a manifestação de 2,5 km de comprimento, e nem o ânimo dos participantes. Na chegada, procedeu-se um abraço simbólico na icônica escultura.

À noite, a mobilização pelo silêncio voltou ao auditório para uma solenidade com representantes do legislativo e do executivo municipais, além de autoridades e mandatários internacionais como o representante da União Europeia.

Para finalizar, Edison Claro de Moraes, presidente da ProAcústica, afirma que o sucesso dessa campanha deve contribuir para conscientizar a população brasileira sobre o ruído e a responsabilidade que recai sobre cada um de nós, no sentido de reduzir o barulho gerado pelas nossas atividades diárias.

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Da esquerda para a direita: Leda Aschermann, representante da Universidade Aberta do Meio Ambiente e da Cultura de Paz (Umapaz); Alessandra Samelli, representando a USP; Wanderlei Pereira, diretor do Psiu; Cesar Augusto de Aguiar, cônsul da república do Chipre, representando a União Europeia; coronel Sardeli, representando a Polícia Militar; Gilberto Natalini, secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente; Edison Claro de Moraes, presidente da ProAcústica; Lygia Cecília Cunha, representante da secretaria municipal da Saúde; Ana Claudia Fiorini, representante da Unifesp e Rosane Cristina Gomes, da secretaria municipal de Urbanismo e Licenciamento.

Fonte: ProAcústica

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